Do Gênesis ao Apocalipse.

1 Quando Isbosete, filho de Saul, soube que Abner morrera em Hebrom, esvaíram-se-lhe as forças, e todo o Israel ficou perturbado.

2 Tinha Isbosete, filho de Saul, dois homens chefes de guerrilheiros; um deles se chamava Baaná, e o outro Recabe, filhos de Rimom, o beerotita, dos filhos de Benjamim (porque também Beerote era contado de Benjamim,

3 tendo os beerotitas fugido para Jitaim, onde têm peregrinado até o dia de hoje).

4 Ora, Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos pés. Este era da idade de cinco anos quando chegaram de Jizreel as novas a respeito de Saul e Jônatas; pelo que sua ama o tomou, e fugiu; e sucedeu que, apressando-se ela a fugir, ele caiu, e ficou coxo. O seu nome era Mefibosete.

5 Foram os filhos de Rimom, o beerotita, Recabe e Baanã, no maior calor de dia, e entraram em casa de Isbosete, estando ele deitado a dormir a sesta.

6 Entraram ali até o meio da casa, como que vindo apanhar trigo, e o feriram no ventre; e Recabe e Baaná, seu irmão, escaparam.

7 Porque entraram na sua casa, estando ele deitado na cama, no seu quarto de dormir, e o feriram e mataram, e cortando-lhe a cabeça, tomaram-na e andaram a noite toda pelo caminho da Arabá.

8 Assim trouxeram a cabeça de Isbosete a Davi em Hebrom, e disseram ao rei: Eis aqui a cabeça de Isbosete, filho de Saul, teu inimigo, que procurava a tua morte; assim o Senhor vingou hoje ao rei meu Senhor, de Saul e da sua descendência.

9 Mas Davi, respondendo a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimom, e beerotita, disse-lhes: Vive o Senhor, que remiu a minha alma de toda a angústia!

10 Se àquele que me trouxe novas, dizendo: Eis que Saul é morto, cuidando que trazia boas novas, eu logo lancei mão dele, e o matei em Ziclague, sendo essa a recompensa que lhe dei pelas novas,

11 quanto mais quando homens cruéis mataram um homem justo em sua casa, sobre a sua cama, não requererei eu e seu sangue de vossas mãos, e não vos exterminarei da terra?

12 E Davi deu ordem aos seus mancebos; e eles os mataram e, cortando-lhes as mãos e os pés, os penduraram junto ao tanque em Hebrom. Tomaram, porém, a cabeça de Isbosete, e a sepultaram na sepultura de Abner, em Hebrom.




Nós começamos hoje com o capítulo 4 de II Samuel. Este é um capítulo ainda mais trágico. Ao invés de andar com o Senhor, Davi começa a manipular com as armas da política. Abner, o general das dez tribos do norte, colocou o quarto filho de Saul no trono. Pelo fato de Isbosete ser uma pessoa de personalidade fraca, Abner manipulava o rei, mas isto parece que não funcionou como ele queria, então ele prometeu a Davi que haveria de remover qualquer resistência, de tal maneira que as dez tribos do norte se voltassem para a influência de Davi. Davi, então, fez um trato com Abner. Ainda que Davi fosse o rei de Judá, suas tropas estão vivendo em total anarquia e Davi permite que eles invadam propriedades e tragam espólios.


Ao invés de manter o governo e reinar como um rei e ensinar as suas tropas a se comportarem como verdadeiros cidadãos, ele permitiu que elas fossem e agissem como selvagens sob o comando de Joabe. Assim, por um lado, tinham um inescrupuloso general, Abner, que desertou de seu rei e ofertou o trono de seu rei e entregou as dez tribos de Israel para Davi, e. obviamente, de volta ele seria o general no comando de todas as tropas. Por outro lado estava Joabe, o general de Davi, que era também totalmente inescrupuloso e que aparentemente tinha o controle do exército.  Assim Davi, mesmo sendo o ungido de Deus, pelo fato de estar andando na carne, estava tendo que fazer negociatas com estes dois generais.




Agora, Joabe, o general de Davi, trucidou Abner como vingança por ter ele matado o seu irmãos Asael, ainda que isto tivesse ocorrido em um campo de batalha e naqueles dias considerado legal. Joabe trucidou a Abner numa circunstância totalmente inadmissível e além disso, em Hebrom, que era uma cidade de refúgio, onde era totalmente inadmissível tomar vingança sob qualquer desafeto, e Davi não o puniu. O resultado inevitável foi a anarquia. Aqui os líderes estavam vivendo de uma forma a produzir um testemunho devastador em todo o povo. Saul tinha sido morto por um amalequita. Abner tinha sido trucidado numa cidade de refúgio – Hebron, a capital do reino de Davi, e tudo o que Davi tenta fazer é passar uma borracha. As conseqüências trágicas e inevitáveis são registradas no capítulo 4. Lembre-se do que temos dito, você jamais pode pecar como uma ilha. Voltemos a ver a Davi tal como nos é informado no capítulo 3 no verso 39.




II Samuel 3:39:

No presente, sou fraco, embora ungido rei; (Ele está dizendo isto aos seu servos de maior confiança) estes homens, filhos de Zequia [que é Joabe, o general comandante das tropas de Davi, e seu irmão Asabel) são mais fortes do que eu. (Mas não para Deus. Mas parece que não entra na cabeça de Davi implorar a interferência de Deus nesta situação) Retribua o Senhor ao que fez mal segundo a sua maldade. (Mas Davi era a autoridade real, em nome de Deus, que deveria buscar aquela justiça que ali faltava, em nome de Deus).

Com este palco em mente, vamos olhar para o pobre Isbosete, o quarto filho de Saul.



II Samuel 4:1

Ouvindo, pois, o filho de Saul que Abner morrera em Hebron, as mãos se lhe afrouxaram, [Isbosete era o rei das dez tribos do norte sob a autoridade de Abner. Abner realmente era o poder por detrás do trono.] e todo o Israel pasmou. Tinha o filho de Saul a seu serviço dois homens, capitães de tropas; um se chamava Baaná, o outro, Recabe, filhos de Rimon, o beerotita, dos filhos de Benjamim, porque também Beerote era tida como pertencente a Benjamim. Tinham fugido os beerotitas para Gitaim e ali têm morado até ao dia de hoje. Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos pés. Era da idade de cinco anos quando de Jezreel chegaram as notícias da morte de Saul e de Jônatas; então, sua ama o tomou e fugiu; sucedeu que, apressando-se ela a fugir, ele caiu e ficou manco. Seu nome era Mefibosete.

Aqui estão uma série de informações que parecem não fazer muito sentido, mas é, na verdade, um quadro excelente para o nosso entendimento desta história. Isbosete era o quarto fiho e o único filho de Saul que restou vivo. Embora fosse ele o herdeiro do trono, ele estava no trono por especial favor de Abner. Quando Abner foi morto pelas mãos de Joabe e nada fora feito para punir aquele crime, Isbosete passou a ser o que seu nome o definia, porque Isbosete significa “homem da vergonha”.

 
Agora todo Israel, que havia sido ajuntado pela mão de Abner, tanto um exército como o outro está agora debaixo de um único comando. Seus líderes se foram. Seu rei foi chamado “Homem da vergonha” e todos estão indignados e revoltados contra este rei. Além disto, Isbosete, este rei que não tem qualquer poder tem dois comandantes da tribo, ou nação de Beeroth que era Hivita. Eles não eram judeus.

 Quando Josué veio, bem lembramos, que foi-lhe recomendado por Deus que não fizesse quaisquer pactos com qualquer um dos habitantes daquela terra. Todos deveriam ser eliminados e Josué começou o processo de eliminação. Os Gibionitas e os Hivitas, incluindo os de Beeroth, os Beerotitas. Havia somente um meio de você permanecer vivo naquela situação contra 600 mil guerrilheiros armados, que tinham imensa experiência naquelas regiões desérticas. Eles tinham todas as artimanhas e enfrentá-los significava perder a guerra. Matreiros, artimanhosos.

E sem inquirir ao Senhor, Josué fez um pacto com aqueles povos. Muito tarde ele percebeu que aquelas cidades deveriam ser aniquiladas, mas era de fato tarde demais, porque ele havia feito um pacto com elas e o havia feito perante a face de Jeová. Ele não o poderia revogar, e ele não os pode matar. Assim ele os fez escravos e isto era parte do pacto.

E você pode perceber os pensamentos que estão por detrás das faces destes dois comandantes de Isbosete. “Abner  foi morto como vingança e o foi numa cidade de refúgio e Davi não diz nada a respeito. Agora está aqui o rival de Davi, que chama para si o direito de reinar, de se assentar no trono, Isbosete, o quarto filho de Saul. O quinto que poderia requerer para si o trono era Mefibosete, não um filho de Saul, mas um filho de Jônatas o primogênito de Saul, mas é um aleijado.

Ele não pode mais agir como um rei. Então entre Davi e o trono se interpõe somente uma pessoa, Isbosete, e ele é filho de Saul, Saul aquele camarada que tentou nos matar em violação ao pacto que os judeus haviam feito conosco. Vamos agir com uma vingança justa contra seus parentes: Primeiro matando a Isbosete e segundo, indo a Davi e oferecendo a ele o reino removido de seu rival.  Vamos vingar Saul pelo menos no sangue de seu filho, o assassino de nosso povo e assim todos os problemas de Davi também, de quebra estarão resolvidos.”

Assim, estes dois comandantes, que  eram Hivitas e não judeus, decidiram assassinar o rei.
É aqui onde o texto de II Samuel 4.5 nos encontra. Você observa que o fundamento para este assassinato foi estabelecido por Davi quando ele se recusou a agir como rei e tratar sumariamente, de maneira própria e decididamente com Joabe, que havia violado a lei de Deus.

A lei de Deus afirmava categoricamente que você não podia matar uma pessoa na cidade de refúgio, até que ele fosse julgado pelos anciãos. Se os anciãos não achassem culpa de  um ato deliberado e motivos vis naquela morte ocorrida, você não podia tocar naquela pessoa enquanto vivesse naquela cidade de refúgio. Ele jamais poderia sair da cidade de refúgio, até que o sumo sacerdote morresse, mas também não podia ser tocado enquanto permanecesse na cidade.. Quando o sumo sacerdote morresse tudo seria perdoado. Todos seriam redimidos, e eles poderiam voltar para as suas cidades. Aqui temos uma figura de Cristo, obviamente.



Joabe matou Abner na cidade de refúgio. Ele violou a lei de Deus, não a lei de Judá ou a lei de Davi, mas permaneceu impune. Davi era rei somente de fachada, de  nome. Ele era tal como Isbosete. É isto tudo o que ele era aparte de Jesus Cristo. Aparte de Deus, aparte de Yahweh ele não possuía qualquer poder. Ele era um “pau mandado”  nas mãos de Joabe, tal como Isbosete era um outro “pau mandado” nas mão de Abner. A tragédia em tudo isto é que Davi era o ungido de Deus para reinar sobre todo o Israel. Mas na carne ele não tinha qualquer habilidade para reinar. Ele não havia clamado o socorro de Deus. Ele não fizera nada, em nome de Deus, a respeito daquela violação à vontade de Deus. Ele simplesmente fez vista grossa para tudo aquilo, porque ele percebeu que aceitava ou então não havia poder nele mesmo para confrontar o problema.
No verso 5, vemos a tragédia que tudo isto resultou.



II Samuel 4:5:

Indo Recabe e Baaná, filhos de Rimon, beerotita, chegaram à casa de Isbosete, no maior calor do dia, estando este a dormir; ao meio-dia. Ali, entraram para o interior da casa, como que vindo buscar trigo, (Eles eram oficiais, e tinham autorização para entrar na casa em busca de trigo que era distribuído para a população, por isto era muito natural para eles entrar na casa do rei que tinha sobre si a responsabilidade de guardar o trigo) e o feriram no abdômem; Recabe e Baaná, seu irmão, escaparam.

Tendo eles entrado na casa, estando ele no seu leito, no quarto de dormir, feriram-no e o mataram. Cortaram-lhe depois a cabeça e a levaram, andando toda a noite pelo caminho da planície.  (A região de Arabá, no vale do Jordão) Trouxeram a cabeça de Isbosete ao rei Davi, a Hebrom, e lhe disseram: Eis aqui a cabeça de Isbosete, filho de Saul, teu inimigo (inimigo deles também), que procurava tirar-te a vida; (eles estão brincando de justiceiros, como se estivessem buscando os interesses de Davi) assim, o Senhor vingou, hoje ao rei, meu senhor, de Saul e da sua descendência.

Irmãos, que atitude sórdida destes homens! Eles trouxeram a cabeça de Isbosete e imaginavam que isto tivera sido feito pelo Senhor, quando efetivamente foram eles, por conta e risco que cometeram esta loucura. No entanto, a circunstância era tal que parecia que tudo ali estava bem, tudo aquilo ali era justificável, esta atitudes colocavam em ordem as coisas!. O último rival de Davi foi removido. Por que não se esperar uma boa recompensa por todas aquelas atitudes, “tão nobres” entre aspas?

Declararam com um tom imensamente piedoso que Deus havia vingado a Davi sobre os seus inimigos. Na verdade, sem rodeios, o que eles fizeram foi, pura e simplesmente, um ato covarde de assassinato. Eles era assassinos do rei e ali buscam uma desculpa para aquela atitude vil e sórdida. Além disso, querem tirar proveito daquela situação. Este tipo de atitude temos visto muitas e muitas vezes no trabalho de aconselhamento. Pessoas que vêm e dizem: “é a vontade de Deus ... eu tive uma visão ... Deus me revelou ... eu conversei com o missionário fulano de tal e ele me apoiou na atitude que estou tomando.”

Pessoas que tentam encontrar um álibi, usando o nome de Deus, quando a Bíblia diz exatamente o oposto. É na Bíblia que encontramos a Palavra de Deus, nossa única – e eu repito – ÚNICA - regra de fé e de prática. Mas nós temos a mania de dizer que “eu estou sentido....minhas emoções me dizem...” e estas pessoas tentam se persuadir de que esta ou aquela é a vontade de Deus para as suas vidas.
A única base para suas afirmações são os seus próprios sentimentos, ou o que seus amigos pensam. O que estão fazendo é encontrar alguém que lhes dê respaldo para o pecado que haverão de cometer ou que já cometeram.  Pessoas que vão ao gabinete pastoral, não em busca da vontade de Deus, mas do apoio pastoral para os seus pecados, como se o pastor pudesse aspergir uma aguinha benta para que aquilo que é pecaminoso se parecesse um pouquinho mais aceitável.

Irmãos, precisamos nos precaver contra a nossa tendência humana de impormos a nossa vontade e tentarmos associar a ela a vontade de Deus, como se fosse possível. Eu quero satisfazer os meus desejos, e encontro uma frase aparentemente piedosa – “Deus me revelou”. Cuidado!
O que estes homens fizeram foi algo muito humano. Estes homens fizeram exatamente isto aqui. Eles tentaram associar Deus aos seus próprios desejos.

O problema que Davi estava com suas atitudes incentivando a anarquia, a total rebelião contra a lei de Deus. E eu imagino que este terrível incidente abriu os olhos de Davi. Se  ele não desse um basta na anarquia daqueles líderes e pusesse um ponto final em tudo aquilo, quem os impediria de matar o próprio rei? Quem os impediria de tirar a vida de Davi? Se Joabe, que ainda era um general em Judá, pode continuar sendo um assassino impune, tendo matado a Abner na cidade de refúgio em franca violação à lei de Deus e ainda permanece livre, e se Isbosete pode ser trucidado por seus próprios comandantes em sua própria casa e por este feito vil não somente sair livre, como também obter alguma recompensa de sobra, quem poderá deter o próximo passo de Joabe.

Davi pode ser a próxima vítima! Joabe tinha um bocado de idéias que ele certamente haveria de colocar em prática. Joabe era sobrinho de Davi. Ele tinha sangue real correndo em suas veias, ele tinha o controle dos exércitos. Imagina irmãos, até onde vão suas idéias?? Ele bem que pode colocar as suas idéias para serem parte de suas ações. Assim como Abner controlava os exércitos e foi colocado fora de combate, assim Davi passa a considerar todas estas coisas imediatamente.



II Samuel 4:9:

Porém Davi, respondendo a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimon, o beeronita, disse-lhes: Tão certo como vive o Senhor, que remiu a minha alma de toda a angústia, (eu não preciso de assassinos para cuidar dos meus inimigos) se eu logo lancei mão daquele que me trouxe a notícia, dizendo: Eis que Saul é morto, parecendo-lhe porém aos seus olhos que era como quem trazia boas-novas, e como recompensa o matei em Ziclague.


Você se lembra do Amalequita que veio a Davi afirmando ter terminado com a vida de Saul, a pedido de Saul, pois Saul havia tentado contra a sua própria vida, jogando-se contra a sua espada, e aquela espada estava entalada em si, empalado pela espada e não conseguiu tirar a sua vida. Saul com medo de cair nas mãos dos Filisteus, que haveriam de torturá-lo, tornando-o um espetáculo de sangue e horror, implorou ao amalequita que o matasse e este amalequita atendeu seu angustiante pedido. Assim o amalequita veio a Davi com a coroa e o bracelete de ouro de Saul, e os colocou aos pés de Davi, esperando uma boa recompensa por suas ações de lealdade. Ele salvou a Saul de seus agônicos sofrimentos e ainda de quebra trouxe a Davi a coroa do reino de Israel. Davi viu em tudo aquilo a ousadia daquele homem, que tinha tantos álibis, de matar o ungido do Senhor. Por isto a recompensa para este jovem amalequita foi a morte. Davi pode olhar por detrás de todos estas acontecimentos agora, que estes homens não têm outro interesse senão uma recompensa também.


II Samuel 4:11:

Quanto mais, quando homens ímpios matam um homem justo em sua própria casa, em  sua cama, não o requererei o sangue de suas mãos?
Muito mais a perversos, que mataram a um homem justo em sua casa, no seu leito; agora, pois, não requererei eu o sangue de vossas mãos e não vos exterminaria da terra?



Davi está deixando evidenciado que, enquanto o jovem amalequita havia matado o ungido de Deus, pelo menos ele o fez ao ouvir um clamor de angústia do próprio Saul. Estes homens, no entanto, eram assassinos frios, que mataram um homem justo, não um homem justo aos olhos de Deus necessariamente, mas alguém que não tinha nenhum crime que o condenasse. Davi reconheceu que Isbosete era somente um joguete no trono, porque Abner ali o colocou. Davi provavelmente via a sua própria situação vivida ali momentaneamente. Por isto ele colocou na medida certa diante destes dois homens: “Se eu mandei executar este jovem amalequita que honrou um pedido angustioso de Saul, o que eu haveria de fazer a dois assassinos frios e ímpios que mataram um homem justo?


II Samuel 4:12:

Deu Davi ordem aos seus moços; eles, pois, os mataram e, tendo-lhes cortado as mãos e os pés, os penduraram junto ao açude em Hebrom; tomaram, porém, a cabeça de Isbosete, e a enterraram na sepultura de Abner, em Hebrom.

Davi tem ações radicais aqui. Ele manda cortar as mãos e pés dos assassinos. Ele manda cortar as mãos destes provavelmente porque eles carregaram a cabeça de Isbosete por todo o vale, estas estão sujas de sangue. Ele andaram a noite toda com a cabeça de Isbosete nas suas mãos pensando todo o tempo na recompensa que Davi lhes daria. Por isto o que Davi fez foi provavelmente um ato simbólico. Não é incomum naquele lugar de nosso planeta, até os dias de hoje, os ladrões serem punidos pelo crime de latrocínio, com a mão direita amputada. Depois de mortos o seus corpos foram pendurados junto ao açude de Hebrom.



Nos lembramos aquilo que é dito em Deuteronômio que maldito de Deus todo aquele que for pendurado. Davi queria mostrar que estes homens eram malditos de Deus. Davi tomou medidas muito violentas, mas certamente efetivas. Ele fez uma proclamação imensamente forte que a partir dali assassinatos seriam punidos com todo o rigor. Ele afirmou solenemente que a partir dali toda a lei de Deus haveria de ser obedecida.

A seguir, ele deu a Isbosete, o assim chamado inimigo, um sepultamento repleto de honras, na cidade de Hebron junto com outro assim chamado inimigo, Abner. Ele honrou a estes que foram assassinados e destruiu, expondo aos vexame, os assassinos.
No capítulo 5, veremos que Davi finalmente lidou com o pecado da maneira como o homem de Deus precisaria lidar e Deus começa a agir.

A dez tribos do norte estão agora sem o seu general. Eles estão sem o seu rei. O próximo rei na linhagem de Saul seria Mefibosete, mas este não pode assumir o trono porque é aleijado. O que Davi não pode alcançar por manobras políticas, está lhe sendo dado pelo próprio Deus, Yahweh, no tempo do Senhor.



II Samuel 5:1:

Então, todos as tribos de Israel vieram a Davi, a Hebrom, e falaram, dizendo: Somos do mesmo povo de que tu és. (O texto literalmente diz: somos carne da vossa carne e osso dos vossos ossos – todos nós somos da casa de Jacó. Todos nós somos judeus. O primeiro requisito para um rei em Israel é que ele fosse judeu, um irmão, Segundo) Outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós eras tu que fazias entradas e saídas militares com Israel; também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel ("Até mesmo nos dias de Saul, tu eras uma força unificadora de Israel.” Ele era o general de todos os exércitos de Saul. E quando ele fora esta força unificadora todo o Israel se regozijava. Não havia 10 ou 12 tribos distintas naqueles dias; elas eram um só povo, unido sob o comando de um único general, a serviço do rei Saul. Terceiro,) e serás chefe sobre Israel. " (tu será tanto um pastor, alguém que provê pasto, um governador civil, e tu será um capitão do exército. Tu será um militar e um governador civil em Israel, todo Israel. Deus assim o disse. Lembre-se do que vimos em I Samuel 16, quando Davi foi ungido rei sobre todo o Israel.  Assim, no momento que Davi começou a agir como rei e firmou-se na lei de Deus, o seu povo se acercou e lhe sustentou em seu reinado. Não era Davi que precisava fazer política e conchavos para obter o apoio popular. O povo veio e fez um pacto com Davi.) Assim, pois, todos os anciãos (presbíteros) de Israel vieram ter com o rei, em Hebrom; e o rei Davi (ele obteve de volta o título real)  fez com eles aliança em Hebrom, perante o Senhor. Ungiram Davi rei sobre Israel.

Se você se recorda, no caso de Abner, ele haveria de mandar um destacamento, que significava força para Davi, e este destacamento haveria de fazer uma aliança com Davi. Ele estava no comando e não Davi. Agora quando Davi passa a andar como um homem segundo o coração de Deus, Davi faz um pacto com as linhas de autoridade de toda a nação de Israel. Davi, como um tipo de Jesus Cristo, está agora no comando. Ele fez um pacto. Ninguém jamais, em tempo algum, pode ditar os termos do pacto com Jesus Cristo. Você aceita o que Jesus Cristo estabelece para você.

 Davi age como um governador nas mãos de Deus, como um pastor nas mãos de Deus. Ele age como um homem de Deus, sob o governo de Deus. Para que Davi fosse um homem segundo o coração de Deus levou tempo, e Deus precisou trabalhar com o seu escolhido profundamente e algumas vezes duramente.




Aqui você tem uma figura tanto maravilhosa, linda, como também trágica. Davi tinha 30 anos de idade quando ele se tornou rei e reinou por 40 anos, 7 anos e 6 meses sobre Judá e 33 anos sobre Judá e Israel. Ele é um tipo de Cristo. Com quantos anos começou Jesus o seu ministério público? Trinta anos. A lei dizia que um sacerdote podia começar o seu ofício somente com 30 anos. Havia uma restrição. Um profeta poderia ser profeta com qualquer idade. Um rei poderia ser rei em qualquer idade. Ele tinha que estar a altura de sua masculinidade. Ele tinha que estar à altura de suas poderes naturais. Ele tinha que ser um homem de Deus. Davi aqui tinha que ser um rei de um reino de sacerdotes. Deus prometera a Israel: “Buscar-me-eis e me obedecereis e eu não somente vos exaltarei como farei de vós um reino de  sacerdotes. Todos vós serão sacerdotes.”

 Irmãos, se todos os judeus deveriam ter sido feitos um reino de sacerdotes, se todos os judeus haveriam de ter sido feitos sacerdotes e os sacerdotes são mediadores, mediadores entre Deus e os homens. Quem sobrou? Os gentios. O restante do mundo. Deus ofereceu aos judeus um ministério de serem uma bênção para o mundo, e eles foram, tanto é que nós que não somos judeus, fomos alcançados pelo ministério de muitos e muitos judeus, porque a salvação vem dos judeus.

Agora nós, somos feitos sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade de Deus, a fim de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Sim, nós, nós que antes não éramos povo, mas fomos feitos povo para sermos uma bênção para todas as nações da terra.
 
Tudo que Deus nos pede é total submissão a ele, um andar em total santidade diante dele, firmando-nos em seu poder e sua força e ele haveria de fazer do judeus um reino de sacerdotes, assim como ele nos tem chamado a sermos, para levarmos aos que vivem nas trevas a maravilhosa luz de seu amor, sendo seus sacerdotes neste mundo perdido. O sacerdócio universal dos crentes é uma das maravilhosas doutrinas da igreja de Cristo, a qual nos responsabiliza a todos, para que cada um de nós leve a luz de Cristo a todas as nações e anuncie o nome do Senhor Todo Poderoso. Este foi o pastorado oferecido a Davi. Você já imaginou um pastorado como este?  Davi haveria de ser um homem segundo o coração de Deus, assim Deus molda a sua tipologia mui cuidadosamente. Davi é um rei de uma nação de sacerdotes.


A tragédia é que até então ele estava reinando somente sobre Judá e o fez por sete longos anos. Além deste fato, Abner estava brincando com seu jogo político,  motivo pelo qual o povo não aceitará Davi como rei tão logo Saul tinha morrido. Davi tinha sido ungido por Deus sobre todo o Israel. Todos sabiam disto. Todos sabiam. Por que então não o aceitaram de imediato como rei sobre todo o Israel?

Talvez você responda: “Porque Deus não lhe abriu uma porta, não lhe deu uma oportunidade”. Tudo bem, “mas por que Deus não lhe abrira a porta?” O que fizera Davi para que esta porta lhe fosse fechada até então? Voltando aos tempos passados, você se lembra do que Deus repetidamente dissera a Davi: “Eu quero que tu permaneças em Judá. Não importa as ameaças de Saul. Eu não te ungi para ser trucidado por Saul, eu quero que tu estejas onde tu possas permanecer em minha total dependência e debaixo de minha total proteção. Eu quero que tu aprendas algumas lições, submeta-se perante a mão poderosa do Senhor Jesus, totalmente dependente dele em todas as coisas de sua vida, veja-o como o seu Senhor, o Deus todo-poderoso. Não se espante diante de qualquer circunstância. O que Davi fez ao invés?  Ele fugiu para Gate, aliou-se com os Filisteus, um povo pagão e incircunciso, inimigos da nação de Deus. Ele procurou os seus próprios atalhos.
 
Devemos nos lembrar de quem os filisteus estavam atacando neste momento. Eram habitantes de Judá?  Não, eles estavam atacando as 10 nações de Israel. Davi se aliou com os inimigos do reino do norte e estava se preparando para batalhar contra o seu próprio povo. Eu não posso nem imaginar o que ele haveria de fazer se os próprios filisteus não o tivessem posto para fora do combate. Também se Abner não fosse afastado de ação, além de sua ambição pessoal. Abner era um oriental.

O que Davi haveria de fazer com Abner? Ele não poderia fazer com Saul, mas o que Davi faria com Abner? Ele o humilhou totalmente defronte de suas tropas. Abner era um grande general, um homem formidável com grande poder e você não pode brincar com homens desta estatura. Só dois atos impensados foram suficientes para fechar a porta para Davi por sete anos e seis meses de se tornar o rei de todo o Israel.

Ele com suas atitudes alienou as dez tribos de Israel e ele também alienou um homem extraordinário, que acabou sendo colocado no trono como um boneco nas mãos de Abner, impedindo que houvesse uma consolidação das tribos de Israel, uma verdadeira comunhão da família nacional, uma comunhão da igreja de Deus, que era naqueles dias confundida com a nação de Israel. E por tudo isto as terras de Israel foram pisadas por pagãos, seus cultos foram introduzidos com seus costumes vis.




A partir de longos 7 anos e meio, aqui vemos a nação de Israel. Mas o princípio permanece por estes anos todos. Você sempre colherá aquilo que você plantar. Deus não faz parar as conseqüências naturais de suas ações.

Como crente em Cristo você é um herdeiro de Deus, e co-herdeiro com Cristo. Você é um mediador de uma Nova Aliança. Você é filho de Deus, mas aquilo que você planta na carne, você colhe no terreno da carne. Paulo diz isto claramente, que de Deus não podemos escarnecer, pois aquilo que o homem semear isto também ceifará. Se você plantar no terreno do Espírito você colherá os frutos do Espírito, mas se plantar no terreno da carne da carne você colherá corrupção.

Davi era o rei ungido de Israel, contudo: “Ainda que tu sejas ungido de Deus, e isto é maravilhoso e grande, você terá que arcar com as conseqüências naturais daquilo que são seus atos.” Levou sete anos e seis meses e o assassinato de dois homens antes que ele fosse rei de todo o Israel.  Mas agora, com 33 anos é ele aquilo que Deus determinou que ele fosse, rei sobre todo o reino de Israel e de todo o Judá.



Ouça a recomendação de Davi, que aprendeu entre duras experiências a ser obediente e fiel – Davi afirma: “Não seja como o cavalo ou como a mula que lhe obedece somente com cabresto ou chicote.


 Fontes deste Estudo Biblico :
novacriatura.com.br/estudos-biblicos/davi